Biofertilizantes naturais são produzidos no campus da UEPB em Catolé do Rocha

Uma iniciativa promissora está em andamento no Sertão da Paraíba, mais especificamente em Catolé do Rocha, onde alunos e professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) estão desenvolvendo pesquisas voltadas à produção de biofertilizantes naturais. O objetivo é claro: tornar a produção de algodão mais sustentável, econômica e acessível para os agricultores familiares da região.

O estudo, que já está em prática desde 2019, foca especialmente no uso de biofertilizantes como alternativa aos insumos químicos tradicionais. Produzido com ingredientes orgânicos como esterco bovino, farinha de rochas, cinza de madeira, leguminosas, leite, açúcar e outros materiais encontrados nas próprias propriedades rurais, o biofertilizante passa por um processo anaeróbico (sem oxigênio) até estar pronto para a aplicação.

Segundo os pesquisadores, o produto atua de forma foliar, funcionando como adubo e também como repelente natural, o que contribui significativamente para o crescimento saudável da planta sem o uso de pesticidas. “Esse experimento que estamos conduzindo já tem quatro meses. É o chamado ‘ciclo do algodão’, que busca estudar o comportamento da cultura com o uso do biofertilizante”, explica o professor coordenador da pesquisa, Zé Geraldo.

Os resultados da pesquisa já têm se mostrado animadores. Agricultores como o senhor Tarcísio, da cidade de Paulista, relatam aumentos expressivos na produtividade e na lucratividade. “Minha plantação é toda orgânica. Estou usando o biofertilizante e espero colher até 3 toneladas por hectare, o que representa um lucro bem melhor”, afirma o produtor.

Em alguns experimentos, a produtividade chegou a atingir impressionantes 6 toneladas por hectare — um marco significativo quando se considera o cenário semiárido da região. Além de beneficiar os produtores, o algodão colhido abastece as fábricas de redes e outros produtos têxteis, reforçando a importância econômica da cultura para a região.